Newton Duarte em seu texto traz uma reflexão crítica acerca das competências e habilidades que de acordo com alguns autores desenvolvemos no decorrer da nossa infância até a vida adulta, ressaltando o aprender a aprender fazendo.
Buscou inserir autores com Perrenoud, Coll, entre citações de Piaget para trazer em seu texto a concepção do construtivismo como tema central desse debate.
Aprender a aprender na visão desses autores é uma iniciativa de buscar por si mesmo novos conhecimentos, autonomia intelectual, a liberdade de pensamento e de expressão, nesse sentido, aprender sozinho situa-se num nível mais elevado do que a aprendizagem resultante da transmissão de conhecimentos por alguém. Assim, é mais importante o aluno desenvolver um método de aquisição, elaboração, descoberta, construção de conhecimentos, do que esse aluno aprender os conhecimentos que foram descobertos e elaborados por outras pessoas, ou seja, é mais importante adquirir o método científico do que o conhecimento científico já existente.
Piaget, numa conferência proferida em 1947, intitulada “o desenvolvimento moral do adolescente em dois tipos de sociedade: sociedade primitiva e sociedade moderna” defendeu essa idéia afirmando:
O problema da educação internacional é, portanto o de direcionar o adolescente não para soluções prontas, mas para um método que lhe permita construí-las por conta própria. (PIAGET, 1988, P.166)
Dentro dessa concepção construtivista para o desenvolvimento do indivíduo como ser social o autor nos apresenta duas idéias intimamente associadas: 1) aquilo que o indivíduo aprende por si mesmo é superior, em termos educativos e sociais, aquilo que ele aprende através da transmissão por outras pessoas e 2) o método de construção do conhecimento já produzido socialmente.
Para concluir, Duarte ressalta algumas ilusões sobre a chamada sociedade do conhecimento a fim de nos remeter a uma reflexão mais profunda e crítica sobre o assunto abordado, ressalta dizendo que a educação, o aprender a aprender dentro desse contexto destina-se a formar indivíduos criativos. É importante atentar para um detalhe fundamental: essa criatividade não deve ser confundida com a busca de transformação radical na realidade social, busca de superação radical da sociedade capitalista, mas sim criatividade em termos de capacidade de encontrar novas formas de ação que permitam melhor adaptação aos ditames da sociedade capitalista.
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